tag:blogger.com,1999:blog-60975082420326577002024-03-12T17:53:46.862-07:00Ambiente por InteiroEfraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.comBlogger148125tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-9658508441932908982021-01-30T11:04:00.002-08:002021-01-30T11:04:23.303-08:00 Procurando formigas com luneta<p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Há alguns dias vi um gráfico do boletim COVID de Londrina que me deixou duas impressões: A cidade está bem e há algo de errado com o gráfico.</p><p><br /></p><p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggwnyMAyoKdG4eFByeJc88tG5e6E0IOZiU4w-bgRHCTxWjSMHQtruu_ab4JZhxSGTQGETjvmQ5-rv0iErAcBfGLOUeDiplATJOHeBX3gXb1X3hBTO_K1CIiHDAhLxnhIv6p93iFWflV-g/s469/Captura+de+tela+2021-01-29+18.43.17.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="265" data-original-width="469" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggwnyMAyoKdG4eFByeJc88tG5e6E0IOZiU4w-bgRHCTxWjSMHQtruu_ab4JZhxSGTQGETjvmQ5-rv0iErAcBfGLOUeDiplATJOHeBX3gXb1X3hBTO_K1CIiHDAhLxnhIv6p93iFWflV-g/s320/Captura+de+tela+2021-01-29+18.43.17.png" width="320" /></a></div> <p></p><p><br /></p><p>A curva vermelha das mortes está reta, não está morrendo muita gente, não é? </p><p>Não, não é. </p><p>Ao colocar na mesma escala algo grande (29.727 casos), com algo muito menor (564 mortes), você perde a capacidade de distinguir o pequeno. Dez, 500 ou 1000 mortes pareceriam ser a mesma coisa.<br /><br /></p><p>Também não ajuda muito saber o dado acumulado. Já morreram muitos após quase um ano, mas a pergunta principal é se está morrendo mais ou menos a cada período de tempo, está melhorando ou piorando? </p><p>Por que o eixo X (deitado) não mostra as datas? </p><p>Veja como ficam os dados de morte em uma escala adequada e separados por semana, sem acumular:</p><p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb1lLSSjvgQDE__5MJiVFvcOlf_kOd6HRvqZfn9gPSegYLW4nG2ZiSoXIFf21ELgebUojfMa7FI8h9X8PQC2bvTydXC5D1TurPKQ6zZcwMf3RJuJ6jPpuUwLU10UYCj11UKYsjqDUQYEc/s541/mortes+por+semana.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="314" data-original-width="541" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb1lLSSjvgQDE__5MJiVFvcOlf_kOd6HRvqZfn9gPSegYLW4nG2ZiSoXIFf21ELgebUojfMa7FI8h9X8PQC2bvTydXC5D1TurPKQ6zZcwMf3RJuJ6jPpuUwLU10UYCj11UKYsjqDUQYEc/s320/mortes+por+semana.png" width="320" /></a></div><p></p><p><br /></p><p style="text-align: left;">Os dados são os mesmos, só a forma de expor agora é adequada. Não se procura formiga com luneta.</p><p><br /></p><p>E já que eu estava com os boletins abertos, fiz também um gráfico dos casos separados por idade. Estão dizendo que as variantes novas do vírus seriam mais agressivas com os jovens. </p><p>A proporção de jovens com COVID está mudando? </p><p>Peguei então a quantidade de jovens afetados a cada semana e dividi pelo total de casos também de cada semana. </p><p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCVB-d8b8kEre5L6O6fK7eB9XbzsZIggSwlIxrd9OVG7nBxaQlmiQFiwikKlEJbrsRCEkyUXPmVC8e6qFwbPvHcXIxcL965DpNLx4PNXPrgUGUYPAyIp3P15rANO61uqYaOgKbzoXjLws/s742/Captura+de+tela+2021-01-30+15.54.47.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="430" data-original-width="742" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCVB-d8b8kEre5L6O6fK7eB9XbzsZIggSwlIxrd9OVG7nBxaQlmiQFiwikKlEJbrsRCEkyUXPmVC8e6qFwbPvHcXIxcL965DpNLx4PNXPrgUGUYPAyIp3P15rANO61uqYaOgKbzoXjLws/w397-h229/Captura+de+tela+2021-01-30+15.54.47.png" width="397" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1wgNShvpt8pgVt9VCsa_BW7iFDHVCyVoqibygyoNgsipIVQkKLLlo6XNXyDS8FcHJOHbfxn8FvpcdRK0CfEhBHhj2C1QTUiJ7LpXvkStEM5TZGbZVG9rMfVPza9qos5Zvi7ExdqU_dHc/s724/Captura+de+tela+2021-01-30+15.53.49.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="402" data-original-width="724" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1wgNShvpt8pgVt9VCsa_BW7iFDHVCyVoqibygyoNgsipIVQkKLLlo6XNXyDS8FcHJOHbfxn8FvpcdRK0CfEhBHhj2C1QTUiJ7LpXvkStEM5TZGbZVG9rMfVPza9qos5Zvi7ExdqU_dHc/w368-h205/Captura+de+tela+2021-01-30+15.53.49.png" width="368" /></a></div><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><p></p><p>Qual sua opinião sobre a semana de 19/01 a 26/01? </p><p>Só conheceremos a proporção da próxima semana na terça 02/02, mas ela certamente virá ainda mais alta.</p><br /><div><br /></div>Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-10510473142715224312020-09-26T14:47:00.002-07:002020-09-26T14:52:51.791-07:00Tem coelho neste mato<p> Nesta semana uma figura me fez retornar de minha aposentadoria do facebook, porque estivesse ela correta, todo o controle de desmatamento construído desde os anos 80 teria sido inútil .</p><p>Ben Franklin, Pedro II e Darwin tinham atração por ideias que contradiziam suas crenças, e foi tentando seguir o exemplo deles que comecei a prestar atenção nesta figura:</p><p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyQ2GVKKF32iVzE2ffipJoy98NBbllpipXK9rkVnC37a7uoOB3InCHFgRLaWNG1skaQAUuhxLSk0W-4_xJ7FCTq_BuVQuY7uAW_GcalNgjsS0EMaJqhKqT_vAOBAqv7IvnALDhyphenhyphenIPkMiQ/s827/FB_IMG_1601151666365.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="827" data-original-width="591" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyQ2GVKKF32iVzE2ffipJoy98NBbllpipXK9rkVnC37a7uoOB3InCHFgRLaWNG1skaQAUuhxLSk0W-4_xJ7FCTq_BuVQuY7uAW_GcalNgjsS0EMaJqhKqT_vAOBAqv7IvnALDhyphenhyphenIPkMiQ/s320/FB_IMG_1601151666365.jpg" /></a> </p><p>Não é necessária muita atenção para ver os coelhos neste mato.</p><p>Coelho 1: Inpe não é fonte, é uma instituição que já publicou muitos milhares de trabalhos desde sua fundação. Por que esconder a revista, o link ou o pesquisador de onde saíram estes dados?</p><p>Coelho 2 Por que usar imagens irregulares como chamas? O que estaria escondido nos dados menores que estas chaminhas irregulares tornam iguais?</p><p>Coelho 3 O que esta imagem borrada e meio verde do país faz aí? Ela adiciona informação ou opinião? Idem para um logotipo “geográfico” desconhecido.</p><p>Coelho 4 O mais importante de todos: Por que começar em 2001, se há dados anteriores? Em dados amplos, com muito ruído, se você começar a escolher, achará o que quiser encontrar, mas é válido escolher? Igualmente, por que comparar o dado parcial de 2020 com anos inteiros anteriores, se há dados mensais disponíveis, possibilitando comparações mais precisas? Qual o critério para usar anos impares e esconder os outros? </p><p>Coelho 5 Por que utilizar dados do Brasil inteiro se conseguimos separar Pantanal e Amazônia, que estão em discussão agora, senão para tentar “diluir” os dois no resto do Brasil?</p><p><br /></p><p>Vamos desmatar esta confusão e apresentar os dados completos da forma mais clara possível?</p><p><a href="http://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/portal-static/estatisticas_paises/">Neste link você poderá ver a tabela de onde saíram as très figuras abaixo </a></p><p><br /></p><p>O próximo gráfico contém dados comparáveis com a figura lá de cima. Ela mostra que nesta mistura de tantos biomas e estados que é o Brasil, conseguimos, de 2010 para cá, ter menos focos de incêndio que tínhamos até este ano, ainda que haja muita variação em todo período de 98 até hoje.</p><p> </p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY83YYJxeZoTwR_Tc53qxLxuG1JwTn5BdeyTy6YtLvf3ir3rbyEoxr2u7pqApa8n8_CO6wU5NPHOc18wh7oJGuhA8pgw3ismBQF1bE0PMrlJpavwxQg27_MjDGu7-7wWcRGETD-zE9ktM/s469/Captura+de+tela+2020-09-26+18.33.20.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="273" data-original-width="469" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY83YYJxeZoTwR_Tc53qxLxuG1JwTn5BdeyTy6YtLvf3ir3rbyEoxr2u7pqApa8n8_CO6wU5NPHOc18wh7oJGuhA8pgw3ismBQF1bE0PMrlJpavwxQg27_MjDGu7-7wWcRGETD-zE9ktM/s320/Captura+de+tela+2020-09-26+18.33.20.png" width="320" /></a></div><br /><p></p><p>Se você quiser olhar para os dados de janeiro a agosto (próximo gráfico), já dá para incluir 2020, e então percebe se que 2019 e 2020 foram os anos com mais focos de incêndio neste patamar mais baixo que conseguimos após 2010.</p><p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHgzUb0OYRL9GYmdtatc5fuZ3uN9l6Iw62lfSoHaVkAKHiM2nQunh3ArdBc4DHuzMwlnz_MASHaEXwybYrzMCpFZlaOXQ_RYVW67bFL-L7Qwws7zQIDyUJC9FTNvOgtJtLuZbwNkv1RCY/s572/Captura+de+tela+2020-09-26+18.36.50.png" imageanchor="1" style="clear: right; display: inline !important; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="334" data-original-width="572" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHgzUb0OYRL9GYmdtatc5fuZ3uN9l6Iw62lfSoHaVkAKHiM2nQunh3ArdBc4DHuzMwlnz_MASHaEXwybYrzMCpFZlaOXQ_RYVW67bFL-L7Qwws7zQIDyUJC9FTNvOgtJtLuZbwNkv1RCY/s320/Captura+de+tela+2020-09-26+18.36.50.png" width="320" /></a> </p><br /><p></p><p>Mas por que misturar Pantanal, Cerrado e Amazônia quando temos dados separados? Talvez porque o pantanal é muito menor que a Amazônia, então grandes mudanças nele ficariam escondidas ao serem colocados juntos? Igualmente, Pantanal e Amazônia<br />, quando colocados juntos com todo o pais, também tendem a ter sua variação escondida.</p><p> </p><p>Olhando só para a Amazônia, vemos os anos de 2019 e 2020, agora bastante acima dos anteriores. </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP6lVuTwaj5CilveTmfIcNW1_Gs5dKTCeiZH3BYHiZP4oD2gmMpRAzWRe7Q_Z_hA0dpEuBi8fDKhRceC2ppt7dxdWiBVZxxgsl3qk1i7kpfqsWn7ltlGkJVXpPIuLtyMMidLrWU9cygpg/s662/Captura+de+tela+2020-09-26+18.44.27.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="388" data-original-width="662" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP6lVuTwaj5CilveTmfIcNW1_Gs5dKTCeiZH3BYHiZP4oD2gmMpRAzWRe7Q_Z_hA0dpEuBi8fDKhRceC2ppt7dxdWiBVZxxgsl3qk1i7kpfqsWn7ltlGkJVXpPIuLtyMMidLrWU9cygpg/s320/Captura+de+tela+2020-09-26+18.44.27.png" width="320" /></a></div><br /><p><br /></p><p>E o Pantanal, como está?</p><p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY-x36LceLxXb730BEYiBl4fvabrtNaiNSgu9gKx8P-hl1ZI63GsYv8_oTldsEZVqcgjMCcy1MQrDtvscM0bJpMrl7o5kduL1VZA2zdCtV09UyKMWZabMHfbrhYhzjKXr7ELBXOCX0Qe0/s544/Captura+de+tela+2020-09-26+18.40.01.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="349" data-original-width="544" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY-x36LceLxXb730BEYiBl4fvabrtNaiNSgu9gKx8P-hl1ZI63GsYv8_oTldsEZVqcgjMCcy1MQrDtvscM0bJpMrl7o5kduL1VZA2zdCtV09UyKMWZabMHfbrhYhzjKXr7ELBXOCX0Qe0/s320/Captura+de+tela+2020-09-26+18.40.01.png" width="320" /></a></div><br /><p></p><p>Este é o coelho que está escondido no mato da primeira figura .</p><p>Ainda deve haver outro coelho nesta escolha esquisita de “quantidade de focos” quando há dados de área de incêndio, mas deixo esta para outro dia.</p><p>Agora, se vocês me dão licença, retorno à minha aposentadoria do facebook.</p><div><br /></div>Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-31437561137525321352019-08-20T16:14:00.003-07:002019-08-20T17:06:39.089-07:00Esclarecendo o céu de fuligem<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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No último domingo (18/08/19 ) eu estava na horta quando notei
uma luz diferente, e o sol muito mais fraco, a ponto de conseguir enxergá-lo. Minha
TL ficou repleta de fotos de todo sul do país.<o:p></o:p></div>
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Marília<br />
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E a de Londrina, pelo genial Luis Eduardo Rampazzo</div>
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O tom do sol e da névoa eram muito parecidos com os das
cidades do arco do desmatamento, mas nunca tinha visto por aqui. No dia
seguinte, encontrei um grupo de profs da UEL, todos morando há décadas na
região, tirando fotos. Alguns faziam brincadeira com o apocalipse.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKTs2rJP84TOiBureiOBu7xPwyc8zONI_oP9sqU8c-qdWm_QL4V9z6wm4h8EUvm2NSMyTT_gf45m7TQ1st0WLsFM7Vk7En-NZS7BHqD-_REuy143Xpm95ipU_WCcVlo47kxTAsHb5i3AM/s1600/Captura+de+tela+2019-08-19+16.42.05.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="386" data-original-width="909" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKTs2rJP84TOiBureiOBu7xPwyc8zONI_oP9sqU8c-qdWm_QL4V9z6wm4h8EUvm2NSMyTT_gf45m7TQ1st0WLsFM7Vk7En-NZS7BHqD-_REuy143Xpm95ipU_WCcVlo47kxTAsHb5i3AM/s400/Captura+de+tela+2019-08-19+16.42.05.png" width="400" /></a><br />
<br />
<br />
<br />
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<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Uma imagem
do CopernicusEU com os níveis de aerossóis mostrou que havia um tanto de verdade
nesta brincadeira.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<!--[if gte vml 1]><v:shape
id="Imagem_x0020_6" o:spid="_x0000_i1026" type="#_x0000_t75" style='width:300.75pt;
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<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A condição normal de cidades do arco do desmatamento chegou
ao sul, Por que?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Porque além do desmatamento bem maior, alguns produtores do Pará resolveram fazer um “dia do
fogo”. A história me pareceu uma daquelas de internet, até que eu vi este
gráfico do INPE;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6I227btnBV9Kr_Z7MHsbh-FtILvaf96ItGRghjTfatZ9mqWhxWacPrYPJtNmXqdk6PtjOSoUpaWStph7Tc6s0pG-aEOc1mmcjq-SOGIUltm6uLataV-BiR32penak6pCohM-U89iYenI/s1600/Captura+de+tela+2019-08-20+16.03.09.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="605" data-original-width="661" height="365" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6I227btnBV9Kr_Z7MHsbh-FtILvaf96ItGRghjTfatZ9mqWhxWacPrYPJtNmXqdk6PtjOSoUpaWStph7Tc6s0pG-aEOc1mmcjq-SOGIUltm6uLataV-BiR32penak6pCohM-U89iYenI/s400/Captura+de+tela+2019-08-20+16.03.09.png" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<!--[if gte vml 1]><v:shape
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<br />
<br />
Há também imagens da região que você vai achar com facilidade.<br />
<br />
A bem da verdade, o imbróglio todo começou algum tempo antes, com o presidente desacreditando o INPE e demitindo o diretor, o que naturalmente abriu a porteira para que o pior do agronegócio riscasse o fósforo. Além de mim, diz isto também Mauro Lucio Costa, pecuarista no Pará. Esse não é muito conhecido? Então tem também Blairo Maggi, Katia Abreu e Marcello Brito da ABAG. As figuras mais proeminentes do agronegócio, que sempre antagonizaram com as limitações ambientais, estão agora preocupadas com as consequências disso tudo. Nem elas queriam ir tão longe.<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
A gota de água foi a chegada desta nuvem de aerossóis em São Paulo, lá pelas 1400 da segunda dia 19/08/2019. O tom sépia, o encobrimento do sol, são normais para Porto Velho ou Rio Branco, mas não para os paulistanos. Para piorar, logo depois, às 1500 veio uma tempestade daquelas de escurecer, o que não tem a ver, mas assustou ainda mais os paulistanos. Quem esclareceu estes dois eventos próximos, mas independentes, foi o Alberto Setzer, chefe do Programa Queimadas do INPE, em um atencioso email.<br />
<br />
De noite, ainda teve o William Bonner comparando Lula com Bolsonaro, dizendo que ambos mandaram a Europa cuidar do próprio nariz quando foram acusados de deixar a Amazonia queimar, e ele tem razão. Lula de fato falou isto, ainda que o desmatamento nos anos Lula tenha sofrido grande e constante redução.<br />
<br />
Felizes os paulistanos, porque para o interior, não há notícia do rio voador que traz chuvas da Amazônia para o sul/sudeste. Até outubro, o que temos é mesmo o rio de fuligem que se soma a poeira local. <br />
<br />
Já cuidou de uma árvore hoje?<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-72865928002233961572017-03-23T11:50:00.002-07:002017-03-23T11:50:57.256-07:00Tsunami no campo<div class="MsoPlainText">
Recentemente troquei algumas mensagens com meu ex aluno
Igor Uehara, recém formado em Agronomia. Ele está bem assustado com as mudanças
no meio agronômico e se sente despreparado para lidar com elas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoPlainText">
Estamos no mesmo barco, Igor. A única diferença talvez é
que escrevo para acalmar minhas angústias, então vamos lá; Voce me diz que
máquinas agrícolas como as do filme interestelar já estão rodando. Ainda não
vi o filme, mas se voce se refere a maquinas agrícolas autônomas, elas não mudam
tanto as regras do jogo, já que a demanda de mão de obra do setor já é pequena
e as máquinas atuais em muitos casos já viram dia e noite plantando e colhendo mesmo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoPlainText">
As máquinas agrícolas que mudarão dramaticamente as
regras do jogo são as que você também citou, bem pequenas, ao contrário das
atuais, autônomas e capazes de aplicar agrotóxicos e fertilizantes para
resolver problemas de maneira pontual. Sabe aquela andada na lavoura para
descobrir pragas, doenças e deficiências? Vai ter um objeto fazendo isto em 24h
por dia 7 dias por semana.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoPlainText">
Alguns de nós já tem em casa um aspirador de pó que funciona parecido. Da mesma forma, como ele fica uma ou duas horas aspirando sozinho, não precisa ser tão potente quanto o aspirador de pó convencional.</div>
<div class="MsoPlainText">
Mas quem calibra esta máquina? Como ela faz a sintonia
fina entre o tom de amarelo e a quantidade de Nitrogênio que será aplicado? E quando ela
confundir deficiências com doenças, quem acerta o algoritmo da máquina? Aquele
agrônomo que mal aturou o cálculo, aliás também muito mal ensinado?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoPlainText">
Do lado da demanda, as mudanças são muito maiores que o
clichê tão repetido que precisamos aumentar a produção para alimentar 10 bilhões de
pessoas. Ainda que os 3 bi de bocas adicionais não sejam negligíveis, um grande
contingente de pobres está ascendendo, e portanto aumentando sua demanda por
proteína animal e açúcares. Por outro lado, os mais ricos estão reduzindo seu
consumo de proteína animal, como mostram os dados de consumo per capita nos
EUA, e ao mesmo tempo buscam produtos mais integrais e com menos resíduos de
agrotóxicos. As duas tendências são opostas, mas o mundo é um só. Não faço a
menor idéia como isto irá desenrolar-se.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoPlainText">
A lista não para aí. O clima, do qual tanto depende a
agricultura, está mudando. O aumento de temperatura significa muito mais que
uns poucos graus centígrados a mais. A circulação de calor e umidade no planeta
está mudando, e quem entende bastante do assunto está falando em secas e
enchentes, dois grandes inimigos da agricultura. Por outro lado ela, a agricultura é também parte
do problema, porque queima muito combustível fóssil. Como ela vai responder ao
chamado para contribuir para a redução da queima dos combustíveis fósseis?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoPlainText">
Por fim, a tecnologia está trazendo a possibilidade de
produzir de formas muito diversas das tradicionais. Por exemplo, galpões
gigantes em Boston estão sendo usados para produzir hortaliças usando lâmpadas
de LED e hidroponia. Gasta mais eletricidade, mas economiza muito em transporte.
Igualmente, está no horizonte a produção de proteína animal por meio de
microorganismos. Há peões microbiologistas por aí? O mercado está atrás deles.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoPlainText">
E depois do último, ainda tem o mais importante de todos,
a Inteligência Artificial. Se o médico e
o advogado estão com medo, que dizer da agronomia, que muitos acreditam que se
refira ao que consta na embalagem do agrotóxico? Não é fácil trocar um agrônomo
que ganha salário por outro com memoria infinita e que não reclama de trabalhar na virada do ano?<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoPlainText">
O mundo está mudando e a agricultura junto com dele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoPlainText">
Igor, se há uma coisa que lhe deixa em melhores condições para enfrentar este tsunami, é perceber que não está preparado para o desafio. Só por isso, que não é pouco, voce já está a frente dos nossos colegas.</div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-34563602829001492352016-10-09T08:54:00.003-07:002016-10-09T08:54:54.261-07:00A composição da direita alemã<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na última segunda feira, Frauke Petry, líder da direita
alemã usou a palavra compostagem de modo peculiar em uma reunião em Stutgard;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- O que podemos entender da campanha “A Alemanha é colorida”
? Uma pilha de composto é colorida também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A intenção foi condenar a gestão da Chanceler Angela Merkel
que está acolhendo 900.000 imigrantes, comparando-os com excremento. Ao menos
foi esta a conclusão que cheguei depois de penar um pouco para entender o
argumento que trai tanto desconhecimento
de compostagem que termina por advocar a
favor de Angela Merkel.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como o próprio nome já diz, a riqueza de uma pilha é sua composição.
Produtos de diferentes fontes se complementam para ao fim produzir um
fertilizante capaz de fornecer variados nutrientes para as plantas. Um único
produto, seja ele qual for, produzirá um composto deficiente. Será possível
construir um país criativo com homens brancos de meia idade, como os que foram
ouvir Frauke Petry?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Pilhas de composto e comunidades organizadas são igualmente capazes
de transmudar o mal em bem. Antibióticos, hormônios, verminoses e muitos outros
não resistem ao ambiente riquíssimo de vida em uma pilha de composto, e são decompostos
em seus constituintes fundamentais quando perdem o poder de fazer mal. Não é
belo imaginar que aquelas inevitáveis pessoas complicadas irão transmudar-se quando
encontrarem-se em um ambiente que estimule suas capacidades de agir
coletivamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Que a Alemanha continue colorida como uma pilha de composto e
recebendo imigrantes em quantidade. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para Frauke Petry, eu recomendaria cuidar de uma pilha de
composto. O trabalho manual e o contato com a natureza também estimulam a compaixão,
que assim como a compostagem, é muito usada e pouco praticada. </span><o:p></o:p></div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-36933604359485913832015-12-04T08:50:00.001-08:002015-12-04T08:50:20.690-08:00Legally binding ou legally blond?<div align="left" dir="ltr">
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há muitas pessoas otimistas com a
21ª COP <st1:personname productid="em Paris. N ̄o" w:st="on">em Paris.
Não</st1:personname> sou uma delas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">As Organizações das Nações Unidas
nada fizeram em muitas décadas de vida, a não ser prover algumas pessoas com um
emprego chique, apesar das boas intenções.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Desde o propósito de sua criação,
de evitar uma terceira guerra mundial, passando pela ajuda humanitária e
atualmente a tentativa de evitar a catástrofe climática ambiental, ela sempre
andou atrás da iniciativas dos países, por um simples motivo: São os países que
detém o monopólio da violência, não a ONU. A ONU é uma cabeça sem corpo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Na tentativa de justificar seus
salários e ternos, os participantes enfatizam a importância de um acordo com
validade legal (</span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">legally binding</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">). Não
confundir com o filme legalmente loira (</span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">legally blond</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">) apesar da
similaridade</span><span class="705423519-31072015" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> ainda </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">maior que as
palavras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Um acordo legal implica aplicação
de penalidade, que só pode</span><span class="705423519-31072015" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> ser feito
por </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">alguém que estivesse acima das partes envolvidas. Se eu faço algo
errado para você, o </span><span class="705423519-31072015" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">E</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">stado, acima de mim
e </span><span class="705423519-31072015" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">de </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">você, me prende. Não havendo quem
possa fazer isso acima dos governos dos países, um acordo legal nada mais é do
que uma jura de amor. Pior ainda; uma jura de amor a </span><span class="705423519-31072015" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">ser cumprida por </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">um sucessor de governo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A contribuição de pessoas como
Elon Musk, Bill Mckibben, Annie Leonard e Naomi Klein é muito maior que a ONU
com seus prédios e hierarquia, que só fazem dispersar energia e abaixar a cabeça
para os países que pagam seus salários. Ao contrário, os líderes que escrevem
livros importantes, organizam passeatas e mostram ao mundo que estamos diante de
uma hecatombe, estão influenciando o voto. O mundo muda com atos individuais,
mas também com votos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E para você que mora em Londrina
e não foi chamado a participar da reunião chique em Paris, amanhã haverá a 8ª
Reunião do Ambiente, onde sua voz pode ser ouvida. Há sempre muita gente para
reclamar dos problemas ambientais e da falta de educação das pessoas, mas poucas
querem investir um sábado para melhorar as coisas.<span class="705423519-31072015"> </span><span class="705423519-31072015">Talvez por isso
preferimos que as reuniões sejam em algum lugar distante, como Paris</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial; font-size: 16pt; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
</div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-4471185148306556312015-11-13T13:30:00.000-08:002015-11-13T13:30:09.824-08:00Enxurrada de culpados<div align="left" dir="ltr">
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sobrou algo para dizer sobre a
barragem da Vale-BHP em Mariana?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O Governador chama de acidente
mas é displicência, sua eleição contou com boa contribuição <span class="705423519-31072015">da Vale</span>. Ele se pronunciou <span class="705423519-31072015">na </span>sede<span class="705423519-31072015">
da </span>empresa com quem deveria litigar e depois calou-se. A Ministra do
Ambiente não se pronunciou e a Presidente só o fez uma semana depois. Não há
conserto para o dano, cuja fase aguda <span class="705423519-31072015">deve</span>
durar décadas. As empresas dizem que a lama é inócua, teria só ferro e alumínio,
mas as primeiras análises mostram um coquetel de metais pesados. Várias centenas
de milhares de pessoas ficarão sem água por tempo indeterminado. Mais uma vez os
prejuízos estão sendo socializados enquanto os lucros são privados. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tudo isto já foi dito, mas o que
me preocupa mesmo é minha máquina de lavar roupa. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ela está com um barulho estranho
e o técnico falou – Vai ter que trocar o rolamento, que custa a metade de uma
nova, e também já avisou que não encontrarei outras peças.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O que vou fazer é o mesmo que fiz
com o relógio, o carro e a máquina de cortar grama: consertar e consertar muito
além do razoável porque o reluzente bem de consumo está ligado à mineração e sua
sujeirada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O preço de uma nova máquina de
lavar roupa não paga somente suas partes. Paga também a corrupção nos três poderes para
evitar pagar o verdadeiro dano, paga a publicidade para manter o fluxo de novos
clientes que <span class="705423519-31072015">de </span>outra forma perceberiam a
fria em que estão se metendo. Se soou parecido com tráfico de drogas, não é por
acaso. <span class="705423519-31072015">Aliás, é</span> igual até mesmo no efeito
narcotizante.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A idéia de conserto deixou de
existir para os objetos que nos cercam. Se os tivéssemos consertado mais,
poderíamos agora ter um dano menor <st1:personname productid="em Minas Gerais" w:st="on">em Minas Gerais</st1:personname>, que<span class="705423519-31072015">m</span> sabe consertável<span class="705423519-31072015">..</span>. O traficante não exist<span class="705423519-31072015">e</span> sem o consumidor. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E antes que esta coluna seja mal
utilizada p<span class="705423519-31072015">elos</span> mal intencionados de
sempre, repito o óbvio; os moradores da região não devem pagar pela ganância das
três empresas. O direito de cada casa sem água, cada centavo de lucro cessante
nos pequenos negócios e cada desempregado ao longo do Rio Doce tem prioridade
absoluta sobre o lucro das três empresas displicentes<span class="705423519-31072015">, ou deveria ter...</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial; font-size: 16pt; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
</div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-34090783526066372132015-10-30T11:34:00.001-07:002015-10-30T11:34:13.865-07:00Concessão Satânica<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há filmes aos quais retornamos sempre. Lá pelos anos 80 assisti
Coração Satânico de Alan Parker. Prenhe de idéias, o filme mostra também como o
caminho para o inferno é feito de pequenas concessões.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nesta semana tive o lisonjeiro prazer de ser convidado para
carregar a Tocha Olímpica. O trabalho de mais de uma década ajudando escolas a
compostar seu lixo orgânico foi reconhecido pela Prefeitura, e este gesto tem grande
significado, já que gestões anteriores restringiram o trabalho por miopia
política. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No entanto, recusei o convite para não fazer uma concessão. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Já faz alguns meses que uma grande marca vendedora de água
com açúcar, gás carbônico e ácido fosfórico vem se posicionando ao lado das Olimpíadas,
que assim deixa de ser algo em favor da saúde e de transcender limites humanos,
para ser vitrine de um produto prejudicial à saúde. Ao carregar esta tocha, eu
estaria na verdade anunciando refrigerante.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há alguns anos, uma grande empresa produtora de tabaco quis também
fazer uma matéria em sua revista, e também recusei. Há um limite para a
importância da visibilidade para as ações ambientais, assim como para como
estas ações geram recursos financeiros.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há o caso de uma área no Texas onde a ONG Nature Conservancy
fez um longo trabalho para evitar a extinção da Galinha-das-Pradarias-de-Atwater,
ameaçada pela perfuração de poços em sua única área de ocorrência. Após muito trabalho,
conseguiram que a área afinal fosse doada a eles. Eis que a ONG está agora ela
mesma produzindo petróleo na área, e a tal galinha está agora ainda mais
próxima da extinção.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O dinheiro produzido está sendo bem usado em outros locais? É
provável, mas o dano de uma concessão destas é certamente muitas vezes maior. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Outro recado do mesmo filme é a atenção com a arrogância,
este problema de saúde ocupacional de professores. Portanto, faço esta recusa
sem criticar a Prefeitura ou nenhum participante das Olimpíadas, já que eu
mesmo carrego um grande fardo de concessões, como andar de carro, viajar de avião
e tantas outras que não parece haver meio de livrar-me.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-33081752759989399312015-10-10T06:00:00.000-07:002015-10-10T06:35:26.126-07:00Consumo de criança<div class="MsoNormal">
Eis que temos afinal um dia das crianças diferente, onde
algumas vozes, ainda que poucas, se levantam contra a monstruosa aula de
consumismo que a data se transformou, em nada diferindo do Natal ou Dia das
Mães, mas ainda pior por perpetuar a idéia que sentimentos possam ser trocados
por mercadoria.</div>
<div class="MsoNormal">
Este desejo de passar tudo a limpo é antigo e talvez remonte
aos peregrinos europeus vindo para a América tentar recomeçar uma civilização sem
vícios, indulgências ou outras poluições. No caso das crianças me parece
especialmente cruel colocar peso tão grande em ombros que além de pequenos,
também estão inocentes nesta história.</div>
<div class="MsoNormal">
O leite de soja é bom para nutrição? Dá-lhe colocar na
escola para a criança tomar. Ler é importante? Dá-lhe botar o coitadinho para
ler. O mundo está poluído? Educação ambiental na cabeça das crianças. Em todos
casos há um quê de punição no ar, como se elas tivessem alguma culpa pelo mundo
que ainda nem herdaram.</div>
<div class="MsoNormal">
A última onda agora é o consumismo. Temos que educar
crianças para não serem consumistas !</div>
<div class="MsoNormal">
É igualmente uma monstruosa futilidade.</div>
<div class="MsoNormal">
Não há modo de baixar um aplicativo anti-consumismo em sua
família. Nossos filhos são o que experimentam. A escola nada pode fazer.</div>
<div class="MsoNormal">
Outro dia uma autoridade internacional na área de mudanças
climáticas reclamava para mim que apesar do filho haver feito um trabalho escolar
excelente sobre o assunto, ele pedia um carrão com motor possante. Em outra
hora, no entanto, a pessoa reclamava que riscaram seu carrão...</div>
<div class="MsoNormal">
Não me preocupo com educação para o consumismo porque meu
filho está vendo TODAS suas roupas irem para os amiguinhos menores, está vendo
comprarmos roupas e brinquedos em brechós, e nunca verá o pai ou a mãe gastando
com roupas de marca ou mercadorias com obsolescência programada. </div>
Esta é uma boa dica. Pegue um dicionário e ensine para seu
filho uma expressão que ele provavelmente ainda não conhece. Se você ainda não
o tiver perdido para o mundo dos comerciais de TV, ele ainda vai preferir
brincar de dicionário muito mais que qualquer brinquedo (com obsolescência programada)
à venda.Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-60498729307055782782015-09-11T14:36:00.004-07:002015-09-11T14:49:18.984-07:00Longe demais<div class="MsoNormal">
Precisa
de foto para percebermos que fomos longe demais?</div>
<div class="MsoNormal">
Refugiados
morrem todo dia, às centenas. não precisa ir a Síria, basta ir ao posto de
saúde ou ao bairro pobre. A Síria é aqui, há refugiados de todo tipo ao redor.</div>
<div class="MsoNormal">
Sempre
desconfiou-se que o herbicida Glifosato é cancerígeno. Agora até a Organização
Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde confirmam. Qual foto precisa para
mostrar que o lucro de uns é o câncer de outros?</div>
<div class="MsoNormal">
Enquanto
a temperatura do planeta sobe, continuamos ostentando nossos tanques de guerra
urbana e reclamando das bicicletas. Precisa de foto também?</div>
<div class="MsoNormal">
Quantos
tratamentos cardíacos não acontecem por causa de corrupção na política? Tem
foto?</div>
<div class="MsoNormal">
Laboratórios
de remédios distribuem mimos para médicos. Quantos de nós estão pagando para
ficar ainda mais doentes? Alguém fotografou?</div>
<div class="MsoNormal">
Umas
tantas racionalizações talvez mantenham esta porcariada longe de alguns de nós,
mas a bem da verdade é nossa humanidade que é levada diariamente aos poucos
pelas ondas do mar.</div>
<div class="MsoNormal">
A
situação na Síria ficou conhecida só agora, mas não é nova. Entre 2006 e 2009
uma seca extrema, sem paralelo na história do Crescente Fértil mandou os
agricultores para as cidades, muitos em subempregos. </div>
<div class="MsoNormal">
Se
você não conhece a história do Crescente Fértil, deveria, porque nossa
humanidade nasceu lá, há dezenas de milhares de anos, com o excedente dos
campos naturais de trigo servindo para estabelecer cidades, escrita, cultura e
tudo o mais que nos faz humanos.</div>
<div class="MsoNormal">
Tendo
começado antes, este deveria ser um lugar excepcional, onde todos gostariam de
morar, assim, uma escandinávia. Ao contrário, 20.000 anos de “humanidade” só
fizeram desertificar e criar uma multidão de refugiados. </div>
<div class="MsoNormal">
A
morte desta criança não era só diretamente evitável. No começo deste ano o
prestigioso periódico <i>Proceedings of the
National Academy of Sciences</i>
publicou <a href="http://www.pnas.org/content/112/11/3241">artigo</a> provando que a seca recorde de 2006-2009 resultou das
mudanças climáticas. Lembre de Aylan quando
ligar seu tanque de guerra para levar seu filho para a escola.</div>
Não
deveriamos precisar de foto para sabermos que fomos longe demais.Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-48057684075633182912015-08-14T15:30:00.002-07:002015-08-15T12:03:55.619-07:00Menos subsídios no setor energético<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Por anos gastamos recursos
preciosos tentando implantar fontes energéticas inviáveis e irreais. Recursos
que foram subtraídos da educação, saúde e outras funções inescapáveis do
estado. É chegada a hora de limitar o estado e deixar que a mão invisível do
mercado oriente a geração de energia.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A energia deve ser gerada de
maneira rentável porque não poderá para sempre depender do estado para manter
seus preços artificialmente baixos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas qual seriam estas fontes
energéticas inviáveis e irreais?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Poucos sabem que os
combustíveis fósseis contam com subsídios da ordem de 500 bilhões de dólares
por ano, mais de 4 vezes aquele recebido pelas fontes renováveis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E já antecipando as críticas,
estes não são dados do Greenpeace, WWF ou Nature Conservancy, que aliás ganha
uns trocados extraindo ela mesma um tanto de petróleo. Estes são dados da
conservadora<a href="http://www.economist.com/blogs/economist-explains/2015/07/economist-explains-19"> revista The Economist</a>, citando a mais conservadora Agência
Internacional de Energia. Os dados do FMI são ainda piores, falamos em 5,3
trilhões de dólares, que é mais do que os governos gastam com saúde anualmente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Ao baixar os preços dos
combustíveis fósseis, a adoção de alternativas ficam inviabilizadas, mas porque
isto acontece? Porque Petroleiras, Governos e inclusive grandes ONGS todas
freqüentam os mesmos jatinhos, comprar ternos nos mesmos locais e jantam nos
mesmos restaurantes.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Enquanto a gasolina dos
carrões dos ricos é subsidiada, a escola do pobre tem aquele jeitinho ensebado que
conhecemos. Muito poderia ser feito com energias eólicas e solares com este
dinheiro. Só há um problema. Estas são fontes descentralizadas não geram um
dinheirão como a extração de petróleo. Não pagam campanhas e tampouco dão
dinheiro para ONGS esverdearem sua marca.<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Uma outra contabilidade é
pensar quanto você pagaria por um copo de água no deserto. Tudo que tem, não é?
Os combustíveis fósseis acabarão com a civilização humana como a conhecemos.
Este é o tamanho real do subsidio que está sendo praticado.</span>Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-39871342234767768292015-07-31T12:50:00.004-07:002015-07-31T12:53:09.203-07:00Animais que caçam<div class="MsoNormal">
Conheço bem este sentimento de "– Eu sou demais !" Até falei
dele na semana passada. Não há como escapar de senti-lo quando fazemos a coisa
certa, acertamos na mosca. </div>
<div class="MsoNormal">
Há pessoas, geralmente homens, que são capazes de sair de
casa, são capazes até de sair de seu continente para atirar em animais e
sentirem-se assim.</div>
<div class="MsoNormal">
A grande sensação da internet nesta semana foi o caso do cara
que pagou 50 mil dólares para matar um leão. Enquanto a justiça decide se é
legal ou não, ele está sendo achincalhado. Nem se sabe em que canto anda, mas certamente
menos acuado que o animal que matou. </div>
<div class="MsoNormal">
Os caçadores gostam de falar em “fair chase”, que seria
aquela caça feita com armas não muito avançadas. Ou seja, seria feio usar
rifles de precisão, por exemplo, e seria bonito usar armas básicas como arco e
flecha. Cecil foi alvejado com uma flecha e ainda conseguiu manter-se por 40
horas, até levar um tiro.</div>
<div class="MsoNormal">
O fair chase só faria sentido para mim, se fosse para estar
em pé de igualdade com o animal, ou seja; tanto você pode pega-lo quanto ser
pego. Caçador de fato é aquele que arrisca seu belo traseirinho para trazer
proteína animal para sua família. Esse aí é só um dentista armado.</div>
<div class="MsoNormal">
Faz décadas que ouço o argumento que a caça traz recursos,
cria empregos e injeta recursos nas unidades de conservação. Sempre argumentei
que era um dinheiro que por mais que pudesse viabilizar boas iniciativas,
causava o desserviço de estimular a morte. Como que uma unidade de
conservação-que serve para resguardar a vida- pode viver às custas da morte?</div>
<div class="MsoNormal">
Apesar de compartilhar o ódio de toda internet com o
assassino, trata-se de ambientalismo fácil. Afinal, a África é bem longe e
ninguém convive com leões. É fácil postar uns impropérios e seguir com a vidinha
do mesmo jeito. </div>
<div class="MsoNormal">
Quantos estão dispostos a reduzir suas emissões de carbono?
Quantos pensam na origem das matérias primas que consomem?</div>
Esta falação toda não mudará a situação em curto prazo, mas
pode provocar a catarse necessária para transformar a caça esportiva de imoral
mas legal, em imoral e ilegal.<br />
Principalmente espero que ninguém faça nada de
mal, fisicamente, a este dentista. Maltratar animais é coisa de caçadores esportivos.Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-57066502586661775782015-07-17T08:20:00.002-07:002015-07-20T11:12:20.558-07:00Plutão é aqui<div class="MsoNormal">
Foi um feito da engenharia.
Decolar um foguete tão rápido que passou pela Lua em poucas horas,
e seguiu na mesma velocidade por nove anos até chegar em Plutão, de onde
começou a mandar as fotos nesta semana.<span style="color: #7f7f7f;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
Eu entendo a alegria dos engenheiros
quando a coisa toda dá certo. Em meu laboratório, comemoramos coisa muito
menor, como medir temperaturas a <st1:metricconverter productid="100 m" w:st="on">100
m</st1:metricconverter> de distância. Essas coisas tem
infinitos modos de dar errado, mas só um de dar certo. Quando funciona a
gente se sente espertíssimo, mas qual mesmo a importância?<span style="color: #7f7f7f;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
Suponhamos o cenário fantástico
que as tais montanhas de gelo no pólo contém formas de vida espetaculares. E
daí? Daí daqui a mil anos ainda iriam falar sobre como isto completou a
revolução de Copérnico (a Terra não é o centro do universo) e de Darwin (o
homem é somente mais um animal), com a idéia que a vida também não é
exclusividade da Terra, mas repito, qual a importância disto?<span style="color: #7f7f7f;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
Nesta semana tive o privilégio de
tomar um trem lotado às margens do Pinheiros em São Paulo. As fotos de
Plutão mudam a vida daquelas pessoas exatamente em quê? Agora não andam mais de
trem?<span style="color: #7f7f7f;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
Há algumas semanas <a href="http://ambienteporinteiro-efraim.blogspot.com.br/2015/01/mais-xixi.html">fiz aqui</a> umas
contas mostrando que boa parte da agricultura brasileira
poderia manter-se só com o Nitrogênio em nossa urina. Tive um enxurrada de
respostas dizendo que seria muito complicado, talvez ainda mais que mandar uma
câmera fotográfica com um transmissor para Plutão.<span style="color: #7f7f7f;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
Mas uma outra <a href="http://www.dw.com/en/global-ideas-haiti-poop-compost-toilets/a-18504469">notícia</a>, também
desta semana, mostra como uma ONG no Haiti já vendeu 300.000l de composto de
fezes e bagaço de cana. Eles têm um
pequeno subsídio para coletar as fezes em baldes fechados e levar para dois
locais onde a compostagem é processada.<span style="color: #7f7f7f;"><o:p></o:p></span></div>
Pouca gente quer se envolver com
transporte de cocô quando há alternativas como fotografar Plutão, mas para o
bilhão de pessoas sem acesso a sanitários aqui mesmo na Terra, estes
dois caminhos são mais que alternativas profissionais; um deles muda a vida das
pessoas enquanto o outro é mero circo.Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-60034666268714662092015-07-03T12:40:00.002-07:002015-07-03T12:41:18.982-07:00Estóicos e Epicuristas, Novos e Velhos<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Estoicismo quer dizer resignar-se diante de um sofrimento.
Estóico é aquele que engole o sapo quieto, mas a origem da palavra é diversa.
Estoicismo é uma corrente filosófica grega que propõe uma vida de acordo com a
natureza e que atribui grande valor ao estudo e ao conhecimento. A parte do
sofrimento foi marketing dos epicuristas, que consideram o frugalismo um grande
sofrimento.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Lembro de uma propaganda na última vez que assisti TV, há
meses. Uma dupla caipira falava da saudade do campo, e quando a câmara abria,
os mostrava em um grande barco, enquanto eles cinicamente repetiam Oh
Saudade...</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há umas duas décadas, eu já falava em sala de aula sobre
abdicar de consumir, e notava um grande desconforto. Afinal, acumular dinheiro
e bens é nossa suma finalidade, e para isso vale tudo, até mesmo trabalhar, não
é ?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Muitos ainda estão nesta, mas já há também muita gente percebendo
que estar sempre atrás de mais talvez não seja um bom uso para a única vida que
temos. Mais além, alguns até já enxergam o esgotamento de recursos naturais que
isto causa.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Recentemente contamos também com exemplos vindos de cima, o
papa que andava de ônibus e que agora usa um carrinho básico, o ex presidente
do Uruguai que mora em um sítio simples, um monte de gente morando por opção em
casas minúsculas, as tiny houses, para ter menos e viver mais.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Um exemplo menos conhecido é o do apresentador Silvio Santos
que diverte-se vivendo como desconhecido nos EUA, onde pode ir ao supermercado
e cozinhar. Precisava ter tanto dinheiro para viver como qualquer um de nós?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O estilo simples de vida tem tanto apelo que muitos querem
parecer, mesmo não conseguindo. Sêneca talvez tenha sido o primeiro deles, mas
não o único. O Príncipe Charles também fala sobre um modo de vida simples, mas
sua vida está longe disto. Mesmo sendo hipócrita, o “faça o que eu falo” tem
seus benefícios porque termina inspirando muitas pessoas, ou seja muitos
terminam assim mesmo praticando.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ainda pior que a degradação planetária trazida pelo desejo
de ter sempre mais, é ver o desperdício de tantas vidas que poderiam ter sido
mais felizes.</span></div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-46461448812327262572015-06-18T14:56:00.004-07:002015-06-19T13:46:06.929-07:00Agora vai<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Você se lembra onde estava quando caíram as torres gêmeas ?</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Daqui a 1000 anos os alunos de história estarão decorando o 18/06/2015.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Até aqui, a conservação andou de lado. Falamos muito, alguns poucos mudaram seu modo de vida, mas mudança em nível mundial, mensurável não aconteceu. Ao contrário, com a ascensão social de grande contingente ao redor do mundo, a degradação de recursos naturais só piorou, com casas maiores, carros maiores, mais viagens de avião e maior consumo de carne. Todos querem ser o Grande Gatsby.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não há artigo ou palestra de ambientalista que não comece com alguma citação da reunião do Rio em 1992. Alguém viu alguma mudança? Eu não. Ainda que nossa consciência global tenha melhorado, e muito, nestes 20 anos, as grandes reuniões são reativas. Elas acontecem porque há um sentimento de que algo precisa feito, mas seu resultado sempre é mais reuniões, documentos, viagens e hotéis para homens de terno.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No dia 18/06/2015 a Igreja Católica manifestou da maneira mais forte possível, que não mais crê que o ambiente, entre outras questões terrenas, criariam certa “confusão” para a fé ou para o aprimoramento espiritual. A encíclica deixa claro que cuidar do ambiente é questão de compaixão, os mais pobres sofrem mais as mudanças do clima.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A encíclica também conserta o erro histórico de uma igreja medieval que permitia comprar indulgências. Assim como o dinheiro não inocenta um assassino, não vamos a lugar algum comprando e vendendo permissões para poluir. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O Papa tem sido também um exemplo de simplicidade, estabelecendo um exemplo de vida com significado, em oposição a seu antecessor, mais chegado a sapatinhos vermelhos de marca. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Por centenas de anos acreditamos que o planeta seria o jardim para Adão e Eva multiplicarem-se. E neste particular, católicos, judeus, muçulmanos e comunistas se igualaram.<br />No entanto, a evolução de Darwin reafirma o gênesis, assim como a preocupação com o futuro climático do planeta reafirma a compaixão católica. </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tivemos que esperar um líder espiritual com vivência científica em química, literatura e psicologia para conciliar a divergência entre ciência e religião, que só existe mesmo porque interessa. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Jeb Bush, candidato católico à presidente dos EUA, tem sua plataforma eleitoral no descrédito da ciência do clima em favor da “fé”. Seu comitê já está recorrendo ao conceito católico de livre arbítrio para tentar não perder votos. E como ficam as petroleiras e distribuidoras?</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como disse Upton Sinclair; É difícil fazer um homem entender algo, se o seu salário depende dele não entendê-lo. Não será fácil, mas ao menos agora temos um líder à altura do desafio.<br /><br /><span style="font-size: x-small;">PS Para os que não gostaram da escola ser ainda a mesma daqui a mil anos, lembro que ela já era assim quando a Igreja lançou a bula intercoetera em 1493...</span></span>Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-27393330762197408192015-06-06T14:05:00.001-07:002015-06-06T14:16:25.516-07:00O certo pelo motivo errado<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nesta semana os
Estados Unidos tomaram uma medida importante para tentar evitar o progressivo declínio
das colméias de abelhas em todo mundo desenvolvido, que talvez também esteja
ocorrendo por aqui, desapercebidamente. De uma canetada, foi determinada a
restauração de quase 3 milhões de ha de ambientes positivos para polinizadores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Isto é bom ou mal?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Além da parte
obviamente positiva, este decreto tenta esconder a real causa do problema que são
os inseticidas neonicotinóides, amplamente usados na agricultura <a href="http://ambienteporinteiro-efraim.blogspot.com.br/2014/07/aprendizes-de-feiticeiro.html">veja uma coluna de 2014</a> .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não há reserva que
resolva enquanto as abelhas estiverem morrendo como moscas (não perdoem o
trocadilho).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não precisa ir longe
para ver o certo sendo feito pelo motivo errado. Depois de fugido o cavalo, São
Paulo está, por diferentes meios, consertando a cerca e estimulando a
restauração florestal na Cantareira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Faz mais de século que
sabemos que árvores retiram água do solo. Mesmo considerando o tanto que elas
ajudam a infiltrar, há um débito. Árvores melhoram a qualidade da água, mas
reduzem sua quantidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como o Governo de São
Paulo tem demonstrado estar disposto a servir qualquer tipo de água para resolver
o problema, o coerente seria cortar árvores para reduzir a evapotranspiração. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Os benefícios das
árvores vão da física à psicologia, mas mesmo elas podem ser usadas para
iludir. O óbvio e histórico problema de São Paulo é falta de mecanismos de
conservação e redução de consumo, mas isto envolve parar de passar a mão na
cabeça do cidadão e informá-lo, mas qual político correrá o risco de fazer o
certo pelo motivo certo?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em Londrina, a
Prefeitura e alguns vereadores querem por que querem (e por que querem tanto ?)
criar um novo distrito industrial próximo ao maior fragmento de floresta em
centenas de km, a Mata dos Godoy.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ainda que seja sempre
correto visar o desenvolvimento e a geração de empregos, a tentativa esconde
certa luxúria imobiliária. A cidade já tem distritos industriais, e eles estão
longe de cheios. A cidade como um todo, aliás, tem mais de 50% de terrenos
vazios.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Falando em emprego,
fico com dó de ver quase todos ambientalistas da cidade gastando seu precioso
tempo em reuniões modorrentas para falar o óbvio, mas talvez seja este mesmo
nosso sacerdócio. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Também na conservação
existe a conhecida estratégia de usar espécies-bandeira. A idéia é conseguir
recursos para a conservação de determinada espécie carismática como baleias ou
mico-leões dourados e daí usa-los para conservar o ambiente destas espécies,
que naturalmente envolve muitas e muitas outras espécies. É uma estratégia tão
clássica que já nem mais assusta ninguém, mas é aí que mora o perigo. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas é de balela em balela, mesmo que pequenas, com
baleias, que o mundo vai ficando como está.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br />
<br /></span>
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span>Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-48675362389571439322015-05-23T11:55:00.001-07:002015-05-23T11:59:22.252-07:00COP Turismo em Paris<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não sou um grande entusiasta destas reuniões anuais do clima, as “Conferências das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima”, a começar pelo nome. O caboclo que começa a complicar, é porque está querendo escapulir.<br />Por um lado ficamos achando que os todo-poderosos resolverão o problema, quando em verdade estão mesmo se matando por causa de filigranas em documentos que carecem de qualquer validade. Delegar um problema é ruim, e é ainda pior porque delegamos para as pessoas erradas. <br />Todo ano, a mesma ladainha. A reunião é sempre em algum lugar turístico (a deste ano é em Paris) e a concentração de carbono não para de subir, e é até ajudada um pouquinho pela queima de combustível de aviação dos delegados.<br />Apesar de minha descrença histórica, este ano estou otimista.<br />Em antecipação a Reunião do fim de ano em Paris, os EUA tomaram algumas medidas fortemente restritivas e nesta semana a mídia começou a falar em um acordo bilateral com o Brasil ara limitação das emissões de carbono em ambos países.<br />Na semana passada, uma reunião preparatória com a presença de Merkel e Hollande e representantes de 35 países imprimiu um tom forte ao evento. Os dois mandatários hipotecaram seu prestígio para resultados reais em Paris.<br />Além disto, há os ventos vindos do mundo real. O custo de geração de energia elétrica renovável têm caído regularmente, expulsando o carvão para fora da matriz energética. Só na China, a redução nos 4 primeiros meses de 2015 é igual a todo o consumo do Reino Unido no mesmo período.<br />Também no mundo real, o ativista Bill Mckiben tem conseguido mobilizar milhões em passeatas nos EUA. Uma pesquisa nesta semana no Brasil mostrou que a maioria dos brasileiros acredita já estar sendo afetada pelas mudanças climáticas. <br />Pensando bem, até mesmo esta possivelmente bem sucedida reunião de Paris será inútil, Quem está mesmo começando a virar este jogo, é a indignação de cada um de nós.<br />Portanto, mantenho minha descrença nas COPs. Elas nunca lideraram coisa alguma, só estão mesmo é a nosso reboque.<a name='more'></a></span>Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-68032792669801179322015-05-08T12:31:00.000-07:002015-05-08T12:31:15.560-07:00Câmara Ruralista<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nesta semana uma internação
hospitalar de minha mãe me fez recomeçar a ler Raízes do Brasil, o livro de 1936
de Sergio Buarque de Holanda. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Vi que as atenções se voltaram
para a Assembléia Legislativa em Curitiba, mas enquanto isto, muita coisa
aconteceu em Brasília, na Câmara dos Deputados. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O projeto de lei que regulamenta
a rotulagem de transgênicos no Brasil, em tramitação desde 2005, foi reprovado
nesta semana.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Impedindo a rotulagem, a bancada
ruralista e as empresas tomaram uma posição contraditória e arriscada para si
próprios. Se afinal a coisa é tão inócua quanto dizem, não desejariam eles a
rotulagem como forma de divulgação de seus produtos?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumindo; Por que esconder se os
transgênicos não fazem mal?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas isto não foi tudo. Nesta
semana a bancada ruralista também conseguiu descaracterizar o marco legal da
biodiversidade a ponto de tirar a permissão de uso do IBAMA e colocá-la no
Ministério da Agricultura de Kátia Abreu, fervorosa defensora da Biodiversidade
e dos direitos dos povos indígenas, estes que são em alguns casos detentores de
direitos sobre o patrimônio biológico, de acordo com a bancada ruralista não
serão ouvidos nunca. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Some aí na lista a destruição do
Código Florestal (um esforço jurídico de 8 décadas), em 2013, e não esqueça
também que o Cadastro Ambiental Rural acaba de ser postergado por um ano. O CAR
é a distração dada aos ambientalistas para que parem de insistir nesta bobagem
de área florestal. Nem mesmo uma data para registrar a Reserva Legal este país
consegue impor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas voltando ao livro Raízes do
Brasil, a grandeza de Sergio Buarque de Holanda é explicar a gênese de nosso
país de maneira tão fidedigna que continua válida oito décadas depois.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Veja <span class="194461219-08052015">isto</span>;</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;">
<span style="color: white; font-family: Courier New, Courier, monospace; font-size: x-small;">Nos domínios rurais, a autoridade do
proprietário de terras não sofria réplica. Tudo se fazia consoante sua vontade,
muitas vezes caprichosa e despótica.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Enquanto se mantiver esta Câmara
de Deputados, nada que possa desgostar os ruralistas irá ser aprovado. </span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">
</span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para breve aguardem o retorno das
sesmarias e do escravagismo.</span></div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-40553144183332491872015-04-24T11:12:00.001-07:002015-04-24T11:12:54.629-07:00Nuestros irmãos<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fora de casa enxerga-se mais longe, talvez pela distância de
nossos probleminhas mundanos, talvez por um olhar mais crítico com um mundo alheio.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há, bem ao nosso lado, um país para o qual temos virado as
costas. Ainda que olhando no mapa a situação se pareça mesmo com isto, com a
frente do Brasil toda voltada para o litoral, de costas para a Argentina. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nossa falta de visão estratégica além desta briga fabricada
por aqueles sem cabeça para mais que jogos de futebol, tem nos feito perder oportunidades
em todos âmbitos, inclusive ambientais com nossos vizinhos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nestes dez dias por lá, vi tanta similaridade que não caberia
aqui. Aqui também há muita terra com uns poucos ricos e muitos pobres,
desmatamento, falta de infra estrutura e de planejamento.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Uma conclusão (minha, ao menos) deste Simpósio Latino Americano
de Restauração Ecológica, é que a solução destes problemas é muito mais que
técnica. Ou melhor; Se aplicássemos tudo que sabemos sobre restauração ecológica,
nossa vida poderia estar bem melhor. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ao contrário de nós, no entanto, há motoristas de táxi em
Buenos Aires capazes de ouvir música clássica ou discutir sobre as diferentes vertentes
da igreja católica. Talvez isto se deva ao fato das pessoas serem mais instruídas,
talvez ao fato de que dirigir táxis é o melhor emprego que pessoas bem instruídas
conseguem por lá (não estamos muito longe disto). De todo modo, vê-se pessoas
lendo em cada um dos cafés de Buenos Aires. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Entre tanto assuntos cotidianos, o ambiente é dos mais sensíveis à educação e conhecimento,
por prescindir da atuação individual. Consumo meus dias repetindo o básico para
pessoas surpresas pelo óbvio. Como ir para a frente assim?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O ambiente brasileiro estará muito melhor no dia em que for
possível ter uma conversa razoável com o motorista de táxi. Até lá, precisamos
deixar o complexo de lado e fazer nossa lição de casa mais básica na educação e
no ambiente.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tanto na Argentina quanto no Brasil, empregar o que sabemos é
talvez mais importante que tentar saber mais, no ambiente e em tudo o mais.</span></div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-76074424206135707272015-03-13T14:01:00.001-07:002015-03-13T14:01:58.016-07:00Não Gaia nesta<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Foi nos anos 70 que James Lovelock criou a teoria de Gaia,
segundo a qual o planeta teria uma tendência a manter-se estável, mais ou menos
como eu e você tendemos a ficar nos 36 de temperatura. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Apesar do belo
simbolismo de atribuir personalidade ao planeta, não há nada de cientifico nesta
“teoria”. Planetas são diferentes de seres vivos, que podem manifestar desejo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Eis que na semana passada, vi o planeta todo, em pleno
funcionamento. Vi vulcões expelindo enxofre, assim como o arco de desmatamento
da Amazônia. Vi a poeira da China e do Deserto do Saara cruzando oceanos. Vi as
latitudes médias sem vento, que tanto problema causaram para os antigos
navegadores. Vi os vortexes de ar frio dos pólos que estão enterrando os norte
americanos em neve, e vi também as emissões das termo elétricas deles.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tudo isto em somente 6 meses de dados do satélite GEOS5, que
é capaz de “enxergar” materiais em suspensão na atmosfera. Quando a NASA colocou
juntos estes 6 meses de imagens, tudo isto ficou visível na forma de um filme
que você pode ver <a href="https://www.youtube.com/watch?v=JQiuz-9TD4I">neste link</a> . </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nos anos 70, Lovelock e Margulis não tinham estas
ferramentas, então talvez recorreram a esta “mentirinha” para conseguir que as
pessoas tivessem uma percepção mais ampla do planeta.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como cientista, você pode descobrir que a fuligem produzida
na China e Ásia está fazendo chover mais no Pacífico, mas sua descoberta vai
ficar escondida até que as pessoas enxerguem o que você está falando. E quando
enxergarem, talvez percebam a distante, porém real, conexão existente entre as
bugigangas produzidas na China com a falta de água na Califórnia. Igualmente
perceberão a conexão do churrasquinho inofensivo com o desmatamento e a falta
de chuvas.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Gaia foi uma mentira para chegar a um lugar correto, tal como
usar o Papai Noel para ensinar para crianças que existe bondade. Bem menos que
isto, se estas imagens conseguirem fazer com que as pessoas percebam que não é
possível reverter as mudanças do clima com ar condicionado ou pegar água do
vizinho quando ela escassear, já estarei feliz.</span></div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-54391496154159539332015-02-27T11:54:00.002-08:002015-02-27T11:54:38.263-08:00Cassandras do Ambiente<div class="MsoNormal">
Diz a mitologia grega que Apolo, querendo seduzir Cassandra,
lhe deu o dom da profecia, mas que não sendo correspondido, ele lhe amaldiçoou
para que ninguém acreditasse nela. Não sem motivo, Cassandra é frequentemente
mostrada arrancando os cabelos.</div>
<div class="MsoNormal">
A vocação de Cassandra dos ambientalistas é até anterior ao
apogeu grego, mas vou me limitar às previsões mais recentes.</div>
<div class="MsoNormal">
No começo dos anos 60, Rachel Carson publicou Primavera
Silenciosa, o livro mais amado, odiado e menos lido que conheço. Seu sucesso
fez dele um imenso telhado de vidro. Se você se ativer aos detalhes, de fato
achará um mar de enganos, mas no atacado o livro acerta muito. A fertilidade
masculina só se reduz desde os anos 50, assim como adiantou-se a data da
primeira menstruação e sofremos cada vez mais de cânceres precoces. Não só no
Brasil, nem na América do Sul. Não só no ano passado, nem só na última década.</div>
<div class="MsoNormal">
A primavera não está silenciosa, mas muito menos espécies
estão fazendo barulho.</div>
<div class="MsoNormal">
Igualmente, desde os anos 70 que há pessoas preocupadas com
a brusca mudança do clima, e ainda hoje muitos não enxergam, ou não querem
enxergar, como o legislador norte americano que levou um bolo de neve para a
sessão (seria ignorância preferível à desonestidade?). Pelo tanto que já
influencia a vida de todos no planeta, e pelo tanto que ainda vai influenciar,
esta talvez seja premonição que mais cabelos custará a Cassandra</div>
<div class="MsoNormal">
Também faz décadas que ouvimos os protestos pelo
desmatamento da Amazônia, mas preferimos achar que a a conversa que tudo está
interligado seria uma coisa meio hippie, meio bicho-grilo. Eis que os
climatologistas comprovam que a água que mantém a parte mais economicamente
ativa da América do Sul vem exatamente da Amazônia. Ou seja: a água que a fábrica de móveis usa para
transformar madeira da Amazônia em dormitório completo casal capelinha vem
exatamente da Amazônia.</div>
<div class="MsoNormal">
A Amazônia agrega valor à economia, disse Cassandra fazendo
pouco do jargão administrativo... </div>
<div class="MsoNormal">
Faz muitos anos que as Cassandras do ambiente estão avisando
que há um mar de usinas de energia entre nós, prontas para produzir sem impacto
ambiental algum, que se chama aumento de eficiência. Em nível de usinas, com a
troca de equipamentos, em nível doméstico, urbano e até pessoal. Os
combustíveis fósseis nos tiraram da crise de energia mas nos lambuzamos com
ele...</div>
<div class="MsoNormal">
Há décadas, as previsões nos mostravam em veículos voadores,
iríamos de jato ao trabalho. Recentemente passamos a andar de bicicleta no
futuro. Apesar de fugirmos dele sempre que podemos, precisamos de mais trabalho
braçal. Não só a nossa espécie, mas todo o planeta precisa que façamos mais com
nosso corpo e menos com energia de fora. Na idade média vivíamos um gargalo
energético, do qual fomos retirados pelo carvão, e depois pelo petróleo, no
qual nos lambuzamos. Para sair disto precisaremos não só de células solares,
mas também de limitar nosso gasto de energia para manter o que é essencial.
Troque sua academia por uma horta, por exemplo. Troque o carro por ir a pé, ou
bicicleta. Troque o trabalho de 15 h por dia, por fazer consertos em casa. Sua
vida familiar e seu planeta agradecem.</div>
<div class="MsoNormal">
Mas os ambientalistas também erramos. Há uma década
começamos a usar um modelo de usina hidrelétrica que não depende de grandes
represas, As usinas de fio de água. Foram consideradas um avanço por reduzir o
impacto ambiental. Não antecipamos que com as mudanças climáticas as secas
seriam um estado normal e as represas poderiam ser um fator benéfico para
ecossistemas e pessoas. </div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Da mesma forma, a energia nuclear era o vilão incontestável
dos anos 80, mas descobrindo o efeito da queima de carbono, muitos chegaram a
considerá-la uma alternativa, mesmo com todo o risco associado.</div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-23503445608819978862015-02-13T11:26:00.000-08:002015-02-13T11:26:17.907-08:00Selfie Global<div class="MsoNormal">
Foi lá pelos anos 80 que vi um livro sobre o conceito de
capacidade de carga, escondido em uma biblioteca. Isto foi nos tempos em que a
gente ainda esbarrava em idéias novas em Bibliotecas.</div>
<div class="MsoNormal">
Aquilo foi uma ficha, talvez um fichário inteiro, que caiu
para mim. Quantos animais ou quantas pessoas uma área é capaz de manter? As
idéias ecológicas se uniram a Malthus ali mesmo, no chão da Biblioteca (nesta
época eu podia sentar no chão).</div>
<div class="MsoNormal">
Se houver gente demais, ou se cada um usar recursos demais,
a coisa degringola. Você vai encontrar exemplos em sua casa, cidade, país ou
planeta, onde quiser.</div>
<div class="MsoNormal">
A idéia me impressionou tanto, que quis até trabalhar com
ela, mas na época era impossível. Como medir estas coisas de verdade, como
colocá-las em prática ?</div>
<div class="MsoNormal">
Ainda que nos 80 já tivéssemos visto aquela imagem
fortíssima da Terra como uma limitada (ainda que gigantesca) bolinha de gude,
tirada a meio caminho da Lua, ela ainda era somente isto, um ícone, um símbolo
forte, mas de pouco uso prático.</div>
<div class="MsoNormal">
Nesta semana demos um passo importante para pensar o
ambiente do planeta como um todo. Foi lançado o satélite DSCOVR que estacionará
em um ponto onde a gravidade da Terra anula a do Sol, e que é distante o suficiente
para enxergarmos o planeta todo de uma vez. </div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Esta visão ampla é cada vez mais necessária se quisermos
entender um pouco o que vai acontecer enquanto o planeta se aquece. Por que,
por exemplo a minha querida cidade de Boston se enterra em neve enquanto o
planeta se aquece? É que com a água do mar mais quente, evapora mais umidade
que em contato com o ar frio... E por que a minha querida cidade de Londrina
enfrenta secas cada vez mais extensas? E não só ela, mas boa parte da Califórnia,
Austrália e África também. Esta já é mais difícil de desvendar, porque
interagem efeitos locais e globais. Em 110 dias, quando começarmos a enxergar o
planeta todo continuamente, iremos entender isto, e quem sabe então tomar
algumas medidas concretas para evitar que em 100 anos sejamos duas colônias de
poucos milhões de pessoas morando nos pólos.</div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-65005415163682357082015-01-30T11:27:00.002-08:002015-01-30T11:27:57.666-08:00Mais xixi<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Neste mesmo espaço há algumas semanas, publiquei singela
contabilidade mostrando que há nitrogênio suficiente no xixi dos brasileiros
para manter nossa citricultura e cafeicultura e ainda sobrar. O propósito foi
contribuir para a discussão tão antiga e também tão recente discussão do uso da
água nas cidades.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Raras colunas causaram tanto desconforto entre os leitores,
por isso vamos explicar um pouco mais as coisas.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Os brasileiros maiores de dez anos fomos criados em uma
condição de tanta abundância de água, que achamos correto usa-la para diluir
excrementos e nem imaginamos maneiras de mitigar o problema. No entanto, elas
estão por todo lugar e não percebemos. A estação de tratamentos de esgoto
retira excrementos da água. Nos casos de menores quantidades, o lançamento in
natura em certos rios e outros corpos de água se processa sem muitos problemas,
desde que estejam em um limite razoável.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Igualmente, uma fossa séptica bem construída retorna os
excrementos á natureza sem causar poluição.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Muitas pessoas me escreveram perguntando o que podem fazer. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há vinte anos, ligar para os EUA era coisa de rico. A
mudança resultou do trabalho conjunto de governos, empresas e cidadãos. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Assim como no caso da internet, não há solução única.
Atualmente, o esgoto desce por gravidade, é bombeado por usuários ou por
empresas de saneamento, ou por condomínios. Em alguns casos, como em Dubai, é
até transportado em caminhões tanque.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No meu caso (ou na minha casa...), o esgoto é disposto em
uma grande massa de carbono que usa o nitrogênio e fósforo para decompor-se.
Algumas pessoas poderão usar esta solução. Outras podem usar a solução da
fundação Bill e Melinda Gates, que usa energia elétrica para processar
celularmente. Há vasos sanitários que separam número um de dois. Há, na Califórnia,
usinas de reaproveitamento de água que transformam esgoto em água potável em 45
minutos, e o resultado é tão bom que a água não é lançada em alguma represa,
como pretendem fazer os paulistanos. Eles bebem mesmo !</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não devemos buscar a melhor solução, elas geralmente não existem frente a uma diversidade de situações. Devemos buscar o que funciona em cada lugar. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O que posso assegurar, é que é muito mais divertido bombear o esgoto e fazer composto de alta qualidade, que mandar o nitrogênio embora, para virar poluição em algum outro lugar.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É pedir muito, que a mesma geração que inventou a internet,
reinvente também o transporte de excrementos?</span></div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-49063622632919119342014-12-19T10:31:00.003-08:002014-12-19T10:31:18.853-08:00Xixi e Agricultura<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nesta quinta feira passei uma tarde agradável em companhia de outras pessoas que também desejam que o mundo use melhor seus resíduos para produzir comida. Foi uma tarde inteira conversando sobre como estimular a produção de composto em casa, no trabalho e onde mais for possível.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Da UFSCAR de Araras continuei a viagem para São Paulo pensando em tantos nutrientes causando problemas na água e que poderiam ser melhor aproveitados. Fiz umas contas com nosso xixi.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ninguém gosta do cheiro, mas xixi contém muito Nitrogênio, que é um nutriente que as plantas precisam em grande quantidade para produzir proteínas.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Desde a Segunda Guerra que usamos Nitrogênio produzido em grandes indústrias, e elas consomem muita energia para retirá-lo do ar. Poluímos no passado e no presente para produzir a uréia com que a agricultura repõe o Nitrogênio retirado.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há mais de 200 milhões de pessoas fazendo xixi todo dia em nosso país, o que soma 470 mil toneladas de Nitrogênio por ano. O que se pode fazer com isto?</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há pouco mais de um bilhão de pés de café em nosso País. Sua manutenção consome algo como 20.000 toneladas de N. Produzimos uns 18 milhões de toneladas de laranja, que consomem algo como 35.000 toneladas de Nitrogênio para sua reposição. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A conclusão é que daria para manter a citricultura e a cafeicultura com um décimo do xixi deste país.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não gostaria de ver pessoas carregando seus excrementos pelas ruas como faziam os escravos coloniais (conhecidos como tigres por causa dos escorridos nas costas) e nem precisamos. Há inúmeros modos de <span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>tratar nossos excrementos além da via tradicional, e para que eles se tornem realidade precisamos enxergar acima e adiante de nosso quadrado.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O agricultor paga para colocar Nitrogênio em seu solo. As pessoas pagam para retirar o Nitrogênio de casa. As cidades pagam para retirar o Nitrogênio da água, e falta água para todos.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Enquanto uns puxam a corda para um lado, outros puxam para outro, e não saímos do lugar.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Aproveitar melhor nossos nutrientes não é um sonho idealista, é somente uma proposta para tornar o mundo menos insano.</span><br />
<div>
<br /></div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6097508242032657700.post-24796834064420927772014-11-28T06:37:00.001-08:002014-11-28T06:38:17.800-08:00Agricultura versus Ambiente<div class="MsoNormal">
O último lance da queda de braço entre agricultura e
ambiente é a indicação da Senadora Kátia Abreu para o Ministério da
Agricultura. </div>
<div class="MsoNormal">
A resistência da Presidente com a natureza e o pensamento a longo
prazo é histórica, mas ela poderia ter aproveitado a oportunidade para
construir a necessária ponte entre ambiente e agricultura, ao invés de
destruí-la com um nome que não é bem aceito por nenhum ambientalista e nem
mesmo por muitos grandes produtores de grãos.</div>
<div class="MsoNormal">
Onde foi que a agricultura passou a ser inimiga do ambiente
e vice versa? Onde foi que nos perdemos?</div>
<div class="MsoNormal">
Historicamente, as questões de natureza eram tratadas dentro
das secretarias e ministérios da Agricultura. Muitos dos grandes nomes
ambientais do passado eram agrônomos. </div>
<div class="MsoNormal">
Não sei em que momento da história recente passamos a crer
que alimentos são produzidos em outro local que não o mesmo ambiente, e que não
seriam os próprios agricultores os primeiros a sentir os impactos de um
ambiente degradado.</div>
<div class="MsoNormal">
<a href="http://download.springer.com/static/pdf/393/art%253A10.1007%252Fs10584-005-4704-2.pdf?auth66=1417181184_8091e7bf679451fff35e8bc7175f9ae5&ext=.pdf">Neste link</a> e <a href="http://www.sciencemag.org/content/333/6042/616.short">neste</a> você encontra alguns trabalhos científicos
muito bem aceitos entre os pesquisadores, mostrando que a agricultura terá que
lidar com problemas ainda mais sérios que dois graus de aumento de temperatura.</div>
<div class="MsoNormal">
Da mesma forma, está nas mãos da agricultura resolver alguns
problemas ambientais antigos como o desmatamento da Amazônia. Nesta semana foi
renovada a moratória da Soja, que é um compromisso entre governo e indústria
para que a soja plantada em áreas desmatadas na Amazônia não possa ser
comercializada e que de acordo com dados oficiais, chegou a reduzir o
desmatamento em mais de cinco vezes em alguns municípios. A moratória é parte do
esforço que levou à redução do desmatamento da Amazônia em 18%, conforme dados
publicados esta semana pelo conceituado sistema PRODES do Inpe.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Há um terreno fértil para a construção de muitas pontes
entre agricultura e ambiente, mas este terreno permanecerá infecundo se Kátia
Abreu ocupar o ministério da Agricultura.</div>
Efraim Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/07830076125664844155noreply@blogger.com0