O último lance da queda de braço entre agricultura e
ambiente é a indicação da Senadora Kátia Abreu para o Ministério da
Agricultura.
A resistência da Presidente com a natureza e o pensamento a longo
prazo é histórica, mas ela poderia ter aproveitado a oportunidade para
construir a necessária ponte entre ambiente e agricultura, ao invés de
destruí-la com um nome que não é bem aceito por nenhum ambientalista e nem
mesmo por muitos grandes produtores de grãos.
Onde foi que a agricultura passou a ser inimiga do ambiente
e vice versa? Onde foi que nos perdemos?
Historicamente, as questões de natureza eram tratadas dentro
das secretarias e ministérios da Agricultura. Muitos dos grandes nomes
ambientais do passado eram agrônomos.
Não sei em que momento da história recente passamos a crer
que alimentos são produzidos em outro local que não o mesmo ambiente, e que não
seriam os próprios agricultores os primeiros a sentir os impactos de um
ambiente degradado.
Neste link e neste você encontra alguns trabalhos científicos
muito bem aceitos entre os pesquisadores, mostrando que a agricultura terá que
lidar com problemas ainda mais sérios que dois graus de aumento de temperatura.
Da mesma forma, está nas mãos da agricultura resolver alguns
problemas ambientais antigos como o desmatamento da Amazônia. Nesta semana foi
renovada a moratória da Soja, que é um compromisso entre governo e indústria
para que a soja plantada em áreas desmatadas na Amazônia não possa ser
comercializada e que de acordo com dados oficiais, chegou a reduzir o
desmatamento em mais de cinco vezes em alguns municípios. A moratória é parte do
esforço que levou à redução do desmatamento da Amazônia em 18%, conforme dados
publicados esta semana pelo conceituado sistema PRODES do Inpe.
Há um terreno fértil para a construção de muitas pontes
entre agricultura e ambiente, mas este terreno permanecerá infecundo se Kátia
Abreu ocupar o ministério da Agricultura.
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