No último domingo (18/08/19 ) eu estava na horta quando notei
uma luz diferente, e o sol muito mais fraco, a ponto de conseguir enxergá-lo. Minha
TL ficou repleta de fotos de todo sul do país.
Duartina
Marília
Rio de Janeiro
E a de Londrina, pelo genial Luis Eduardo Rampazzo
O tom do sol e da névoa eram muito parecidos com os das
cidades do arco do desmatamento, mas nunca tinha visto por aqui. No dia
seguinte, encontrei um grupo de profs da UEL, todos morando há décadas na
região, tirando fotos. Alguns faziam brincadeira com o apocalipse.
Uma imagem do CopernicusEU com os níveis de aerossóis mostrou que havia um tanto de verdade nesta brincadeira.
A condição normal de cidades do arco do desmatamento chegou
ao sul, Por que?
Porque além do desmatamento bem maior, alguns produtores do Pará resolveram fazer um “dia do
fogo”. A história me pareceu uma daquelas de internet, até que eu vi este
gráfico do INPE;
Há também imagens da região que você vai achar com facilidade.
A bem da verdade, o imbróglio todo começou algum tempo antes, com o presidente desacreditando o INPE e demitindo o diretor, o que naturalmente abriu a porteira para que o pior do agronegócio riscasse o fósforo. Além de mim, diz isto também Mauro Lucio Costa, pecuarista no Pará. Esse não é muito conhecido? Então tem também Blairo Maggi, Katia Abreu e Marcello Brito da ABAG. As figuras mais proeminentes do agronegócio, que sempre antagonizaram com as limitações ambientais, estão agora preocupadas com as consequências disso tudo. Nem elas queriam ir tão longe.
De noite, ainda teve o William Bonner comparando Lula com Bolsonaro, dizendo que ambos mandaram a Europa cuidar do próprio nariz quando foram acusados de deixar a Amazonia queimar, e ele tem razão. Lula de fato falou isto, ainda que o desmatamento nos anos Lula tenha sofrido grande e constante redução.
Felizes os paulistanos, porque para o interior, não há notícia do rio voador que traz chuvas da Amazônia para o sul/sudeste. Até outubro, o que temos é mesmo o rio de fuligem que se soma a poeira local.
Já cuidou de uma árvore hoje?
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