Veja minha coluna http://ambienteporinteiro-efraim.blogspot.com/2010/12/cop-soberba-e-preguica_02.html de exatos 365 dias atrás. Agora já são 17 reuniões sem nenhum resultado, tem até um gráfico interessante lá. Igualzinho, há um ano tentávamos fazer bonito lá fora enquanto ameaçamos anistiar desmatadores cá dentro.
A jornalista Afra Balazina está maldizendo Durban, COP e a ONU em seu facebook. Os que imaginam que falo mal por inveja de não estar em Durban, ESTÃO ABSOLUTAMENTE CERTOS ! Adoraria estar lá aprendendo em meio a ministros do ambiente e autoridades do mundo todo, mas isto não mudaria a falta de rumo do clima.
Adorei a pergunta do agudo repórter do Spiegel ao ministro alemão do ambiente:
- Vale a pena viajar até Durban ?
Ao que o ministro respondeu que este é nosso único fórum de discussão ambiental. Concordo. No entanto, “único” é diferente de “efetivo”, que é também diferente de ao menos valer o impacto ambiental causado.
Há até boas notícias vindas de Durban, como o novo imposto sobre carbono na Austrália
Já notou que as boas notícias ambientais vêm sempre de dentro dos países ?
Os países (ao menos os melhorzinhos) tem polícia e poder judiciário para ameaçar quem não cumpre a lei. Não existe poder de polícia para países que não cumprem acordos. Neste momento não existe nem acordo. Imagine um grupo de adolescentes sozinhos em uma ilha. Eles se viram sozinhos, formam gangues, talvez até façam mal uns aos outros. Quando eles concordarão em algumas regras básicas de convívio ? Quando amadurecerem, talvez. Os países talvez não amadureçam nunca, porque sua própria existência é errada.
Quando a terra era o bem mais importante, escolhemos o caminho de separar as pessoas em função dela. Se você nasceu ao norte do Rio Grande é norte-americano. Se nasceu ao sul é mexicano. Como a terra não é mais um bem tão valioso, talvez fosse o tempo de acabar com os países.
É uma boa idéia que não acontecerá porque sempre haverá um estoque interminável de doentes mentais querendo trocar seu limitado tempo de vida pelo poder.
Da mesma forma (e descendo ao universo de propostas factíveis) as reuniões da COP poderiam ser em vídeo conferência, com cada delegado em seu próprio país de origem falando em um anfiteatro com seus conterrâneos. Ganhariam representatividade e também grandes platéias se educariam sobre o funcionamento (e talvez também sobre o mau cheiro exalado) dos acordos internacionais.
Mas talvez também esta proposta não se torne realidade porque é muito mais chique dizer “Na última reunião da COP que fui, em...”
A composteira na varanda de meu apartamento faz mais bem para o mundo que a COP (e possivelmente menos mal para a Afra Balazina também).
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