Em 1987 eu dava aulas de Ciências na periferia de São Paulo
quando alguns alunos mostraram
resistência com conceitos básicos em evolução.
Fui então atrás da literatura criacionista e a falta de
substância rapidamente me levou à fonte primária do muito mais comentado do que
lido Gênesis.
Ao contrário do que se possa imaginar, não foi uma leitura
arrogante tipo – O que pode conter um texto de milhares de anos atrás ? Ao
contrário, o Genesis relata 12 eventos da história da Terra em improbabilissima
correção cientifica.
A resistência religiosa à evolução fez aparecerem versões
absurdas como a que diz que a Terra teria 4000 anos de idade, que consegue ao
mesmo tempo contradizer os fatos e nem mesmo estar nas escrituras.
Duas pessoas querendo entender-se partiriam dos pontos de
convergência, e eles não faltam. Evolução é seleção da variação criada pelo
acaso. Quem diria que não é a mão de Deus operando atrás deste talvez só aparente
caso ?
Todas espécies então teriam em si este componente divino de
sua criação, além de um componente tangível e concreto, a seleção natural.
A mudança de espécies ocorre em poucas gerações e não são
necessários grandes instrumentos para observá-la. A presa dos elefantes, por
exemplo, fica muito menor em poucas gerações conforme os elefantes com presas
maiores são mortos e não tem tempo para deixar filhos. Também ervas daninhas
desenvolvem resistência ao herbicida em poucos anos, com sua recente aplicação
em vastas áreas.
E aquelas espécies feitas em laboratório, os transgênicos ?
Internamente, seres vivos são máquinas fisiológicas
complexas, que transpõem a informação contida em seus gens em proteínas que nos
mantém funcionando. Esta maquinaria adquiriu sua divindade após bilhões de anos
de evolução selecionado pelo ambiente. Ao bulir com ela sem ainda conhecer os
detalhes de seu funcionamento estamos agindo como uma criança desmontando um
relógio. É mais provável estragarmos que consertarmos. Estragar neste caso é
produzir espécies que façam coisas que não podemos antecipar, como reproduzir-se
com seus parentes próximos nativos ou desenvolver alguma capacidade de
tornar-se uma super praga, capaz de invadir outros ambientes. Veja um relatório de um reconhecido geneticista sobre isto.
Nesta semana morreu John, o solitário, último indivíduo de
sua espécie de tartaruga gigante de Galápagos. Na verdade são muitas espécies
que se vão a cada semana. É correto nos omitirmos enquanto o homem destrói a
criação divina ?
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