quinta-feira, 18 de junho de 2015

Agora vai

Você se lembra onde estava quando caíram as torres gêmeas ?
Daqui a 1000 anos os alunos de história estarão decorando o 18/06/2015.
Até aqui, a conservação andou de lado. Falamos muito, alguns poucos mudaram seu modo de vida, mas mudança em nível mundial, mensurável não aconteceu. Ao contrário, com a ascensão social de grande contingente ao redor do mundo, a degradação de recursos naturais só piorou, com casas maiores, carros maiores, mais viagens de avião e maior consumo de carne. Todos querem ser o Grande Gatsby.
Não há artigo ou palestra de ambientalista que não comece com alguma citação da reunião do Rio em 1992. Alguém viu alguma mudança? Eu não. Ainda que nossa consciência global tenha melhorado, e muito, nestes 20 anos, as grandes reuniões são reativas. Elas acontecem porque há um sentimento de que algo precisa feito, mas seu resultado sempre é mais reuniões, documentos, viagens e hotéis para homens de terno.
No dia 18/06/2015 a Igreja Católica manifestou da maneira mais forte possível, que não mais crê que o ambiente, entre outras questões terrenas, criariam certa “confusão” para a fé ou para o aprimoramento espiritual. A encíclica deixa claro que cuidar do ambiente é questão de compaixão, os mais pobres sofrem mais as mudanças do clima.
A encíclica também conserta o erro histórico de uma igreja medieval que permitia comprar indulgências. Assim como o dinheiro não inocenta um assassino, não vamos a lugar algum comprando e vendendo permissões para poluir.
O Papa tem sido também um exemplo de simplicidade, estabelecendo um exemplo de vida com significado, em oposição a seu antecessor, mais chegado a sapatinhos vermelhos de marca.
Por centenas de anos acreditamos que o planeta seria o jardim para Adão e Eva  multiplicarem-se. E neste particular, católicos, judeus, muçulmanos e comunistas se igualaram.
No entanto, a evolução de Darwin reafirma o gênesis, assim como a preocupação com o futuro climático do planeta reafirma a compaixão católica. 
Tivemos que esperar um líder espiritual com vivência científica em química, literatura e psicologia para conciliar a divergência entre ciência e religião, que só existe mesmo porque interessa. 
Jeb Bush, candidato católico à presidente dos EUA, tem sua plataforma eleitoral no descrédito da ciência do clima em favor da “fé”. Seu comitê já está recorrendo ao conceito católico de livre arbítrio para tentar não perder votos. E como ficam as petroleiras e distribuidoras?
Como disse Upton Sinclair; É difícil fazer um homem entender algo, se o seu salário depende dele não entendê-lo. Não será fácil, mas ao menos agora temos um líder à altura do desafio.

PS Para os que não gostaram da escola ser ainda a mesma daqui a mil anos, lembro que ela já era assim quando a Igreja lançou a bula intercoetera em 1493...

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