sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Legally binding ou legally blond?

Há muitas pessoas otimistas com a 21ª COP em Paris. Não sou uma delas.
As Organizações das Nações Unidas nada fizeram em muitas décadas de vida, a não ser prover algumas pessoas com um emprego chique, apesar das boas intenções.
Desde o propósito de sua criação, de evitar uma terceira guerra mundial, passando pela ajuda humanitária e atualmente a tentativa de evitar a catástrofe climática ambiental, ela sempre andou atrás da iniciativas dos países, por um simples motivo: São os países que detém o monopólio da violência, não a ONU. A ONU é uma cabeça sem corpo.
Na tentativa de justificar seus salários e ternos, os participantes enfatizam a importância de um acordo com validade legal (legally binding). Não confundir com o filme legalmente loira (legally blond) apesar da similaridade ainda maior que as palavras.
Um acordo legal implica aplicação de penalidade, que só pode ser feito por alguém que estivesse acima das partes envolvidas. Se eu faço algo errado para você, o Estado, acima de mim e de você, me prende. Não havendo quem possa fazer isso acima dos governos dos países, um acordo legal nada mais é do que uma jura de amor. Pior ainda; uma jura de amor a ser cumprida por um sucessor de governo.
A contribuição de pessoas como Elon Musk, Bill Mckibben, Annie Leonard e Naomi Klein é muito maior que a ONU com seus prédios e hierarquia, que só fazem dispersar energia e abaixar a cabeça para os países que pagam seus salários. Ao contrário, os líderes que escrevem livros importantes, organizam passeatas e mostram ao mundo que estamos diante de uma hecatombe, estão influenciando o voto. O mundo muda com atos individuais, mas também com votos.
E para você que mora em Londrina e não foi chamado a participar da reunião chique em Paris, amanhã haverá a 8ª Reunião do Ambiente, onde sua voz pode ser ouvida. Há sempre muita gente para reclamar dos problemas ambientais e da falta de educação das pessoas, mas poucas querem investir um sábado para melhorar as coisas. Talvez por isso preferimos que as reuniões sejam em algum lugar distante, como Paris

Nenhum comentário:

Postar um comentário