Perdi a
conta das vezes que o Windows me deixou na mão. Todos têm a sua história. Um
sinistro consolo é que entre nós está ninguém menos que Bill Gates, que pelo
menos em 1998 e 2005 viu sua “obra prima” travar em público.
Faz décadas
que vemos, versão após versão, eles dizerem que agora a coisa se resolveu.
Nesta
semana parece que a empresa afinal mudou sua antiga estratégia de tentar consertar
a m., para agora transformá-la. A notícia, no entanto, não vem do setor de
programação da Microsoft, mas da geração de energia.
A Microsoft está instalando um centro de dados que irá funcionar com a energia do metano
produzido pelo tratamento de esgoto em Cheyenne, no estado norte-americano de
Wyoming. Ele será instalado em um container e o metano irá diretamente para uma
célula que produzirá quimicamente energia elétrica, sem envolver um gerador.
A Microsoft
planeja colocar muitos outros centros de dados ao lado de estações de
tratamento, descentralizando suas fontes de energia e ficando mais próximos das
grandes cidades que demandam mais dados.
Usar a
visibilidade de uma grande empresa para divulgar a geração de energia a partir
do esgoto é sempre boa noticia - mesmo que a coisa toda ainda não tenha saído
do papel. Os usuários do Windows conhecem esta mania da empresa de contar com o
ovo ainda dentro da galinha.
Com esta
ação, a Microsoft tenta correr atrás de suas colegas, como Google, Yahoo e
Apple, que já estão mais avançadas na auto geração de eletricidade.
A geração
descentralizada de energia traz estabilidade ao sistema, mas ela não funciona
sem um grid inteligente para administrar a interação entre os múltiplos
geradores.
Também
nesta semana meu colega Thomas Friedman, do New York Times (talvez haja aí alguma
presunção de minha parte...) contou a história da cidade de Chatanooga, (também
coloquei um link para esta matéria no mesmo site) onde junto com o cabeamento
de toda região com fibra ótica, foi feita também a conexão dos medidores de
eletricidade, facilitando não só a conexão de pequenos geradores de energia,
como a cobrança variável por horário e o restabelecimento mais rápido da rede
em caso de temporais.
Enquanto a geração de energia a partir do esgoto
não chega por estas bandas, seguimos reutilizando a água de nossa fossa. Nesta
semana comemos (inclusive o Pedrinho, claro !) nossa primeira melancia
produzida com água reutilizada. Não é exatamente uma central de dados, mas já é
bem melhor que 62,1% dos brasileiros que não têm esgoto tratado.
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