sábado, 23 de maio de 2015

COP Turismo em Paris

Não sou um grande entusiasta destas reuniões anuais do clima, as “Conferências das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima”, a começar pelo nome. O caboclo que começa a complicar, é porque está querendo escapulir.
Por um lado ficamos achando que os todo-poderosos resolverão o problema, quando em verdade estão mesmo se matando por causa de filigranas em documentos que carecem de qualquer validade. Delegar um problema é ruim, e é ainda pior porque delegamos para as pessoas erradas.
Todo ano, a mesma ladainha. A reunião é sempre em algum lugar turístico (a deste ano é em Paris) e a concentração de carbono não para de subir, e é até ajudada um pouquinho pela queima de combustível de aviação dos delegados.
Apesar de minha descrença histórica, este ano estou otimista.
Em antecipação a Reunião do fim de ano em Paris, os EUA tomaram algumas medidas fortemente restritivas e nesta semana a mídia começou a falar em um acordo bilateral com o Brasil ara limitação das emissões de carbono em ambos países.
Na semana passada, uma reunião preparatória com a presença de Merkel e Hollande e representantes de 35 países imprimiu um tom forte ao evento. Os dois mandatários hipotecaram seu prestígio para resultados reais em Paris.
Além disto, há os ventos vindos do mundo real. O custo de geração de energia elétrica renovável têm caído regularmente, expulsando o carvão para fora da matriz energética. Só na China, a redução nos 4 primeiros meses de 2015 é igual a todo o consumo do Reino Unido no mesmo período.
Também no mundo real, o ativista Bill Mckiben tem conseguido mobilizar milhões em passeatas nos EUA. Uma pesquisa nesta semana no Brasil mostrou que a maioria dos brasileiros acredita já estar sendo afetada pelas mudanças climáticas.
Pensando bem, até mesmo esta possivelmente bem sucedida reunião de Paris será inútil, Quem está mesmo começando a virar este jogo, é a indignação de cada um de nós.
Portanto, mantenho minha descrença nas COPs. Elas nunca lideraram coisa alguma, só estão mesmo é a nosso reboque.

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